Depois de refletirmos acerca de como é que o coronavírus iria impactar o setor dos eventos e de que forma é que esta indústria se está a adaptar à medida que o mundo lida com uma pandemia, chegou o momento de transformar a adversidade no trigger determinante ao despoletar da inovação. Com a transformação digital a funcionar como uma solução globalmente viável durante a pandemia, este fenómeno vai provavelmente continuar integrado no paradigma da gestão de eventos num cenário pós-coronavírus.
Então, como é que os organizadores de eventos estão a lidar com as consequências da interrupção da sua atividade? Basicamente, o setor está a recorrer à tecnologia para se adaptar, mas sem esquecer o poder da conexão humana. Ao iniciarem um percurso rumo à agilidade, os eventos estão progressivamente a integrar soluções tecnológicas que permitam alcançar cenários virtuais e híbridos. Além disso, as interações que ocorrem durante eventos em formato presencial devem agora ser asseguradas de acordo com os requisitos de distanciamento social. Reunimos 6 principais tendências assumidas pelo setor dos eventos:
1. O futuro é híbrido
Apesar dos países estarem gradualmente a reiniciar as suas economias, as medidas de distanciamento social ainda estão longe de terminar. Não só com os eventos a acontecerem com uma lotação mais restrita, e com muitos participantes não predispostos ou impossibilitados de comparecer presencialmente, os eventos híbridos surgem como a solução mais plausível. A integração de soluções digitais em eventos presenciais vai ser crucial para a continuidade dos mesmos, permitindo que os organizadores mantenham os seus números, mesmo com um público ao vivo mais reduzido.
Os eventos híbridos também são uma boa oportunidade para os organizadores expandirem a sua audiência. Já pensou que algumas pessoas nunca puderam presenciar eventos ao vivo devido a limitações de deslocação e/ou financeiras? É um problema que é ultrapassado automaticamente, ao mesmo tempo que se potenciam variáveis como a relação custo-benefício, o alcance, a inclusão, a diversidade e a sustentabilidade.
2. A tecnologia vai estar centralizada no ser humano
A tecnologia tornou-se mais poderosa do que nunca, alcançando um profundo entendimento sobre as pessoas, as suas experiências e as suas necessidades de segurança. Estendeu-se a uma infinidade de dispositivos e tornou-se tão natural que é difícil imaginar a vida sem ela.
E é uma alternativa que também fará a diferença para os organizadores de eventos hoje em dia, especialmente para fins de controlo de acesso ou ocupação de espaços e sessões em tempo real. Assim, soluções de tecnologia de identificação e ferramentas de contagem de pessoas para efeitos de capacitação podem ser uma ajuda imprescindível ao cumprimento dos requisitos de segurança em eventos e espaços públicos.
Além disso, é uma oportunidade para os organizadores de eventos criarem experiências mais significativas e relevantes para os participantes. Por exemplo, a utilização de smart badges é um exemplo de registo de interações humanas em segurança, uma vez que se trata de uma tecnologia contactless e paperless.
3. Live streaming
Como resposta direta à pandemia, muitas empresas estão a repensar e a adaptar os seus eventos ao vivo em direção a formatos virtuais e digitais, tornando a transmissão ao vivo (live streaming) numa tendência universal. O Facebook e a Google foram dos primeiros a adotar esta forma de distribuição digital!
A transmissão ao vivo permite expandir o alcance de eventos para utilizadores que não estão aptos a participar ao vivo, alcançar audiências internacionais e gerar buzz online. Se as pessoas reconhecerem relevância num evento virtual, provavelmente vão ficar mais propensas a comprar bilhetes para futuras edições ao vivo.
No final, trata-se de alcançar o maior número de pessoas, da maneira mais relevante possível.
4. Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial (IA) está em ascensão devido à sua capacidade ímpar de criar experiências personalizadas. Ajuda na associação de interesses e dados pessoais a determinados participantes, garantindo que o conteúdo mais relevante chega às pessoas certas, no timing certo. Ou, pelo menos, tem o poder de revolucionar e otimizar a experiência do evento. A IA pode ser a solução para a segurança tão necessária que os participantes e os organizadores de eventos estão à procura, uma vez que as várias formas exibidas são todas contactless e, portanto, compatíveis com as recomendações de distanciamento social.
Alguns exemplos comuns incluem:
- Chatbots
- Newsletters personalizadas
- Processos de check-in com reconhecimento facial
- Tradução por voz das sessões dos eventos
5. Processos de check-in contactless
Todos estamos à procura de experiências seguras, simples, integradas e que, simultaneamente, sejam bem sucedidas, certo? E como a opção de check-in contactless será um requisito provável para os próximos tempos, este tipo de tecnologia vai ser fundamental.
Por exemplo, se estiver a organizar um evento híbrido, pode recorrer ao reconhecimento facial para acrescentar valor e dinamizar a experiência dos participantes em live streaming. No entanto, o reconhecimento facial tem as suas desvantagens e existe uma controvérsia que precede esta tecnologia. Agora, mais do que nunca, as pessoas estão preocupadas com a sua privacidade e o uso desta tendência pode inibir algumas pessoas de participarem em eventos.
Com a tecnologia beamian, os participantes precisam apenas de apresentar o seu bilhete digital/QR code, ou simplesmente dizer o seu nome na área de check-in. O procedimento de validação é realizado em apenas alguns segundos através da plataforma beamian.
6. A conexão humana continua a ser o ativo mais valioso
A vontade de nos reunirmos com outras pessoas em “carne e osso” vai permanecer em todos nós para sempre. Não apenas para afirmar que ainda estamos vivos, mas para realmente nos conectarmos através de uma experiência partilhada ao vivo. Afinal, somos seres naturalmente sociais.
E os eventos não existem apenas pela participação, mas porque temos uma aspiração intrínseca de sairmos diferentes de quando entrámos: queremos estar mais conectados com o mundo e fazer parte de algo maior do que nós.
As pessoas participam em eventos principalmente pela conexão, e esta vontade de nos expressarmos não desaparece, mesmo em tempos difíceis. A conexão humana é o que nos move e guia, porque o propósito de tudo é ligar pessoas.
Acreditamos que os eventos híbridos vão representar uma tábua de salvação para o setor dos eventos nos próximos anos. Além de que vão ser uma solução-chave durante este período de transição e de retorno à normalidade, pois nenhuma outra tendência ou ferramenta substituirá completamente a conexão em pessoa.